PMs do Batalhão de Choque que se envolveram na troca de tiros com traficantes, que culminou na morte da criança, tiveram as armas apreendidas e também foram ouvidos na madrugada desta sexta-feira. O policiamento está reforçado na região.
Com velas e em silêncio, o grupo de moradores caminhou pela Rua
Joaquim Queirós, do localidade do Areal, onde Eduardo foi baleado na porta de
casa, até a Estrada do Itararé, principal acesso ao Morro do Alemão. Lá eles
depositaram as velas na entrada da comunidade. Quem mora no Complexo do Alemão
tem reclamado das constantes e intensas trocas de tiros nos últimos 90 dias. O
fato também foi lembrado durante o protesto. Só nas últimas 48 horas, quatro
pessoas morreram - duas vítimas de balas perdidas e dois apontados como
suspeitos.
Gritando palavras de ordem contra o governador Luiz Fernando Pezão, eles também lembraram da morte da dona de casa Elizabeth Alves de Moura Francisco, 41, na tarde quarta-feira. Ela e a filha de 16 anos foram vítimas de balas perdidas dentro de casa, na localidade do Areal, na Favela Nova Brasília, em tiroteio entre bandidos e policiais militares. Ambas foram socorridas no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV), na Penha, mas a mãe não resistiu. A adolescente teve alta. No mesmo confronto, um suspeito foi morto na porta da casa dela, outro morreu no hospital e um PM ficou ferido. O ato terminou por volta das 23h.
O corpo de Eduardo permanece no Instituto Médico Legal (IML), em São Cristóvão. Segundo uma funcionária, até às 3h desta sexta-feira nenhum parente tinha estado na unidade. Eles são aguardados no início da manhã para liberação do corpo. Inclusive a mãe do menino, a doméstica Terezinha Maria de Jesus, 40. Ela acusou PMs de terem atirado em Eduardo e os chamou de covarde após o crime. Nas imediações do Complexo do Alemão, a segurança foi reforçada por PMs do 16º BPM (Olaria), do Batalhão de Choque e de outras UPPs.
Em nota oficial, o governador Luiz Fernando Pezão comentou quinta os recentes episódios de violência. “É minha também a dor das famílias vitimadas. Lamento profundamente e determinei empenho máximo à polícia nas investigações para que os culpados sejam punidos”.
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